Quando pequena, desejava incansavelmente crescer. Tinha pressa, sonhos e idealizações de uma vida adulta. Imaginava a correria da faculdade e a liberdade de morar sozinha. Quando adolescente, esses pensamentos já começaram a se desfazer, mesmo estando na fase das descobertas. Os primeiros sentimentos amorosos, os passeios com os amigos, as mudanças de escola. Ao atingir a maioridade, a saudade da falta de compromissos me consumia. Ah, como eu queria voltar no tempo, ser capaz de reviver minha infância. Brincar mais, dormir mais, me preocupar menos. Mas não posso. E isso me faz refletir. Desde sempre, estamos acostumados a reclamar de tudo, por melhores que estejamos. Reclamamos por querermos brincar mais. Por não querermos estudar para aquela prova chatinha da 3ª série. Por nos acharmos grandes demais para sermos obrigados a dormir cedo. Até que, em um dia, percebemos que realmente crescemos. As responsabilidades batem em nossa porta e nos pegam despreparados. Não sabemos o que fazer. Corremos de um lado para o outro, rindo da ironia da vida, que está totalmente diferente das ideias que tínhamos no passado. Nos sentimos sozinhos e frequentemente choramos escondidos. A famosa "bad". Fazemos playlist para os dias tristes. Usamos e abusamos de café e doces, descontando o que nos aflige. Fica a saudade da infância. O mês de Outubro sempre traz isso à tona. Os álbuns de fotos nos mostram recordações amáveis. Assim como as redes sociais, que ficam repletas de crianças nos perfis. Rendem bons comentários e muitas risadas. Esse tempo realmente não volta mais. No entanto, é bom poder relembrar momentos que já vivemos. Também é importante nunca perdermos a essência disso tudo. De ver a vida com olhos de criança, enxergando toda a sua beleza, mesmo quando os tempos são difíceis. Reúna a família, assista aqueles vídeos caseiros, veja aquelas fotos engraçadas e não sinta vergonha. Compartilhe esses momentos pessoalmente. Virtualmente também, caso queira. Assim como a infância, aproveitem cada fase da vida, sejam felizes, vejam os pequenos e belos detalhes, afinal, por mais clichê que pareça, "a alegria está nas pequenas coisas".
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